quarta-feira, novembro 30, 2005

Clareira

Murar-se em tijolos de pedra
O canto que se pare na garganta
Procurar por fim a transe e
iluminar a cave.
Sem amarras pois não é masmorra é
sitio calido e seco
sem luz mas quente
é sinónimo de santuário de gente.
è lugar ermo e de acesso dificil
fica nas veredas de um centro num qualquer outro centro
num qualquer nevralgico ser.
O ar aqui é mais transparente
e alivia a carga do respirar dificil do peito.
Pequena minha clareira sombria,
no ventre da minha complexa floresta negra.
Respira
pelas almas antigas que a ti convergem

segunda-feira, novembro 28, 2005

Planalto


Ladaínha da Grande Queimada das Bruxas

Sapos e bruxas, mouchos e crujas,
demonhos, trasgos e dianhos,
spírtos das eneboadas beigas,
corvos, pegas e meigas,
feitiços das mezinheiras,
lume andante dos podres canhotos furados,
luzinha dos bichos andantes,
luz de mortos penantes,
mau olhado, negra inveija,
ar de mortos, trevões e raios,
uivar de cão, piar de moucho,
pecadora língua de má mulher
casada cum home belho.
Vade retro, Satanás, prás pedras cagadeiras!
Lume de cadávres ardentes,
mutilados corpos dos indecentes peidos de infernais cus.
Barriga inútil de mulher solteira,
miar de gatos que andam à janeira,
guedelha porca de cabra mal parida!
Com esta culher levantarei labaredas deste lume,
que se parece co do Inferno.
Fugirão daqui as bruxas,
por riba de silbaredos e por baixo de carbalhedos,
a cabalo na sua bassoira de gesta, pra se juntarem nos campos de Gualdim.
pra se banharem na fonte do areal do Pereira...
Oubide! Oubide
os rugidos das que estão a arder nesta caldeira de lume.
E cando esta mistela baixe polas nossas gorjas,
ficaremos libres dos males e de todo o embruxamento.
Forças do ar, terra, mar e lume,
a vós requero esta chamada:
Se é verdade que tendes
mais poder que as humanas gentes,
fazei que os spírtos ausentes
dos amigos que andam fora
participem connosco desta queimada!

quinta-feira, novembro 24, 2005

::

by:Melanie Pullen

quarta-feira, novembro 16, 2005

"sunmoonstars"

By: Patrick Demarchelier

quinta-feira, novembro 10, 2005

Sei

Que sei eu
Se tudo o que quero não passa de um brilho
Um caminho de migalhas de luz
de escória efémera
que vive de gazes e pó
na cauda de um cometa

Que sei eu
Se tudo o que posso apenas é sorrir
Ao alcance de um infinito.
Traça no mapa antigo o caminho a seguir
Já tens em ti o destino

Que sei eu
Se apenas sei ser eu
e que isso é pouco mais que nada
que ilusão
que engano
que alimentar em sangue a terra
onde travas a tua batalha