sexta-feira, setembro 23, 2005

Safiras e Rubis

Não há logica nos verdadeiros imprevistos.
São isso mesmo, ilogicos e imprevistos e tantas vezes chocantes
Precisava de me reter em qualquer escarpa, numa falha de rocha e viver eternidades parasitando-a.
Liquenizar-me.
Talvez juntar-lhe umas vagas de mar, violentas, para me alimentar da agua e do sal, e livrar-me da morte lenta de secura e torreira de sol.
Não gosto de sol.
Gosto de me sentar à sombra, gosto de andar de chapéu, gosto de me refrescar.
Gosto de volúpia.
Do capricho de um champagne gelado derramado em goles de um peito que o deixa escorrer.
Por vezes confundem-me as paixões juvenis.
São sempre tão desprovidas de nada e no entanto contemplam tudo.
Tudo é confuso e extremo e parece demasiado sofrivel ou demasiado extasiante.
continuo a preferir a volúpia.
o luxo da carne
A carne é luxuosa, completa-se com um total vestido de pele e adorna-se de joias preciosas e luminosas na face.
temos os olhos e temos os lábios.
Safiras e Rubis
e uma roda da fortuna que gira eternamente dentro da nossa cabeça.
Dita-nos as sortes e os gostos
Lança-nos ao desafio e tempera-nos a libido
faz de mim menina,
Lolita
perversa e ingenua
submissa e impia
reinante e esquecida

Não me livro da volúpia maldita.

2 Comments:

Blogger Mármore said...

Gostei.... As palavras fluem-te...

setembro 24, 2005 12:41 da tarde  
Blogger Natasha said...

Obrigada,
mantém uma leitura atenta......
penso não ser tempo perdido
um *

setembro 26, 2005 11:28 da manhã  

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