sexta-feira, setembro 16, 2005

Raiva

Na raiva, perco-me
na raiva quero morder
mas as dentadas são de choro.

Os olhos ficam disformes inchados
ficam sem brilho e enevoados

Na raiva, sinto o fado
sinto a ausência,
não navegamos nas horas
não transformas palavras em viagens

Visitas cidades, campos
encontras mundos
mas num lado ausente
numa outra esfera

a raiva é clone
é virgula
é um começo sem principio
um fim em infinito

a raiva
é sentir a tua falta
é a saudade
e o Barco Negro